Parintins: A escolha do boi
- comunicar-te
- 21 de jul. de 2015
- 2 min de leitura

No dia seguinte, no café da manhã na pousada, conheci alguns hóspedes e ficamos conversando. Estavam ainda o irmão e a filha da Claudia, o Ricardo e a Vanessa. Aqui começou a minha escolha para qual boi eu iria torcer.
É quase impossível não torcer para algum deles. Primeiro, a paixão das pessoas é tão grande que é inevitável que você se envolva naquele contexto. Segundo, por causa da pressão para que você escolha um dos bois. Enquanto você não escolhe, as pessoas ficam tentando o tempo todo fazer a sua cabeça.
E aí, o Ricardo, que é percussionista da “Batucada Encarnada”, banda do Boi Garantido, repentinamente, me convida para circular de moto. Cara, foi o dia quase inteiro de “aula” sobre o boi branco, pelo qual ele e a famíla são fanáticos. Fomos ao Curral que é a “base” dos bois, ví como são fabricados os carros alegóricos, as fantasias e as alegorias. Ví ensaios de grupos de danças, conheci figuras folclóricas, e ouvi alguns histórias (sempre desfavoráveis) sobre o “contrário”. Nenhum dos torcedores dos dois lados se referem ao boi adversário pelo nome. Somente desta forma: “o contrário”. Depois fomos para a “orla” onde encontramos um amigo do Ricardo, o Arnoldo, também “batuqueiro” e eu bebi duas cervejas. O Ricardo e o Arnoldo não bebem. Depois de mais ou menos uma hora de bate-papo, voltamos para a pousada, fui para a “Suíte Presidencial”, tomei um banho e sai para almoçar. Voltei para a “orla”, mais precisamente para o bar Comunas, reduto da torcida do Boi Garantido e local muito popular onde várias pessoas ficam praticamente todo o tempo ensaiando as danças folclóricas e tocando as músicas dos dois bois. A música chiclete era a do Boi Garantido, que tocava toda hora e tem o segunte refrão: “Vai tremer, o chão vai tremer, quando a batucada encarnada chegar, o mundo parou pra ver o meu boi bumbá garantido. O eterno campeão.”. Bebi umas 3 ou 4 cervejas, comi um petisco de Pirarucu, peixe do rio amazonas muito saboroso e sem espinhas, e voltei para a “Suíte Presidencial”. Tomei banho e cochilei um pouco.
Por volta das 19:30h fui para o curral do Boi Garantido, de onde sairia o cortejo. Cheguei no momento em que estava acontecedo uma homenagem a diversas pessoas pela passagem dos 50 anos do festival. Encontrei o Ricardo e um outro hóspede da pousada, o Paulo, e ficamos conversando até o momento da saída do cortejo, por voltas das 21:30h. Muito parecido com os blocos de rua do Rio de Janeiro, o cortejo acompanha um Trio Elétrico com alguns músicos em cima do caminhão e a bateria na frente protegida por uma corda. O povão vai na frente, ao lado e atrás do trio elétrico cantando as toadas junto com a banda. O cortejo segue por cerca de uns 2 km e dura umas 3 horas. Termina na Orla. Animação total. Não aguentei ir até o final do cortejo. Por volta de 1 da manhã, decidi ir descansar. Parei em uma das barracas em frente ao Bumbódromo, fiz um lanche e fui para a “Suíte Presidencial” tomar um banho e dormir.
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